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Os melhores quartetos de cordas

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Quartetos de cordas são, na minha opnião, a melhor forma de expressão intimista de um compositor. A massa sonora alcançada, embora limitada aos seus quatro componentes clássicos (primeiro violino, segundo violino, viola e violoncelo) é capaz de expressar ideias musicais com grande profundidade. Todo grande compositor pós Hydn, expressou-se em algum momento de sua vida, através de quartetos.

É impossível não começar a lista a partir de Beethoven. O compositor alcançou o ápice da composição manifestando-se através do quarteto de cordas. Suas revoluções musicais são facilmente distinguidas através deles. A partir do Op. 59 o nível de composição alcança algo complexo e profundo, nunca antes visto. Inicio a minha lista pelos três Op. 59, sendo que o primeiro me traz memórias afetivas da minha iniciação na música clássica.

Cabe explicar um pouco mais sobre o meu apego ao Op. 59, especialmente o número um em F maior. Comecei meu contato com a música clássica através do violão, na juventude, por volta dos 14 anos. Eu já tinha iniciação musical através de uma banda marcial a qual fazia parte. Tocava trompete na época. Como é comum na juventude, quando somos expostos a algo que nos agrada, vamos atrás de mais e mais daquele objeto de satisfação. Na época eu era um ouvinte assíduo de música nativista (música regional do Rio Grande do Sul) que faz uso intensivo do violão. Eu tentava repetir estes solos, geralmente em violões emprestados, pois ainda não tinha o meu próprio. Na sanha de encontrar mais material sobre violão, fui me deparando com músicas instrumentais de progressiva dificuldade. Primeiro o grande violonista gaúcho Yamandu Costa. Depois o grande Raphael Rabello. Progredindo no contato com a música encontrei as peças clássicas do violão, de Tárrega, Aguado, Albeniz, Mangore e finalmente, Bach. Uma grande satisfação foi encontrar pela primeira vez o Concerto de Aranjuez de Joaquin Rodrigo. Como podia uma orquestra alcançar tamanha profundidade sonora? Aquilo me marcou profundamente.

Dos concerto para violão não demorou muito para que eu começasse a apreciar sinfonias, concertos e músicas de câmara. Mas tudo mudou a partir do momento em que ouvi o Op. 59 nº 1 de Beethoven. Lembro-me como se fosse hoje, eu saindo pelo portão da casa da minha avó, com fones de ouvido, colocando a música para tocar. Eu devia estar indo a algum compromisso, em uma tarde ensolarada de clima agradável. Foi a primeira vez que tive o sentimento catárgico da música clássica. Todo o mundo deixa de exisitr ao mesmo tempo em que tudo parece fazer sentido. O sentimento de ouvir uma música poderosa como essa é realmente inexplicável e difícil de colcoar em palavras. Depois desta primeira audição, me lembro de ter repetido a música inúmeras vezes.

Desde então, quartetos de corda são o estilo do qual mais gosto. Como colocado na playlist abaixo, Beethoven ocupa o protagonismo quando se trata deste estilo. Mozart salva-se com alguns poucos, pois não conseguiu destacar-se plenamente no estilo. Shostakovich, com o seu avassalador quarteto número 8 é um grande destaque. Bartok, com sua música estranhamente irregular, parece o sucessor de Beethoven vestido com sons modernos. Haydn, o pai do estilo, não poderia faltar. Schubert, Mendelssonh e Dvorak também trazem contribuições preciosíssimas.

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